segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus

(AÊ: possíveis spoilers à frente. Caso vossa senhoria não tenha assistido à FITA, favor voltar depois de fazê-lo. Ou, se não se importar em ter alguma surpresa estragada, vá em frente. A vida é tua. Mas não diga que eu não avisei. Eu avisei. Não venha reclamar.)

Como o Terry Gilliam diz num dos extras do DVD, o filme é um tipo de grande reunião de tudo que ele mesmo já fez antes. Quem sou eu pra discordar, né?

De fato tem muita coisa ali que parece ser um tipo de referência muito particular ao estilo dele. Tem uma Londres suja e cheia de babacas que lembra Brazil ou mesmo Os 12 Macacos, tem planos que parecem ter sido feitos com a câmera na mão e usando uma clássica lente grande angular do Gilliam e poderiam muito bem ter saído de algum filme do Monty Python ou de Medo e Delírio e, mais do que nunca, a importância das histórias e da imaginação, vide Barão de Münchausen (aposto que esse trema tá errado) e Irmãos Grimm - além de, presume-se, aquele filme inacabado dele sobre o Dom Quixote.

Não é por acaso que o espaço da carruagem deles onde rolam as apresentações é em "widescreen".

Aqui o tema é tão importante que o Doutor Parnassus em questão aparece, em uma cena, num templo onde vários monges contam histórias pra SUSTENTAR O UNIVERSO. E, aparentemente, pro filme, as histórias mais fortes que existem são as histórias de redenção, como a do Dr. Parnassus, do Tony e, em certa medida, do Tony também. São histórias de grandes mudanças também. Afinal, como reza a CARTILHA DO BOM ROTEIRO, toda história é sobre mudança.

Fora que é muito legal ver o Terry Gilliam se divertindo nas cenas do mundo dentro do espelho, onde tudo é computação gráfica e muitas vezes as coisas ficam mais cartunísticas do que nunca na filmografia dele (as animações do Monty Python não contam).

- vem cá meu anãozinho, como é que faz com a mãozinha? Ooohhhhnnn

Ah, sim: tem um anão no filme, o cara que fez o Mini-Mim nos filmes do Austin Powers. Um anão, cara. Me diz um filme que tenha anão e que seja completamente descartável.

Por essas e outras o filme merece o consagrado DEDÃO BOTTINI DE QUALIDADE!

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