sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Descarrego de sexta



Descarregando mais tranquilamente com Toots & The Maytals.

Inferno

Fechei/zerei/terminei Dante's Inferno, pra PS3. Como é de se imaginar, a bagaça é inspirada na Divina Comédia, de um certo Dante Alighieri, então envolve o personagem principal indo literalmente pro inferno pra salvar sua amada das garras de Lúcifer.

O problema é que o jogo é uma cópia mais do que descarada de God Of War (aliás, tem rolado tantas cópias descaradas de God Of War que já tá virando até um subgênero próprio), em termos de jogabilidade e estrutura. E, de alguma forma isso acaba ressoando na estética do jogo também, onde rola uma certa misoginia católica e tudo é resolvido na base do grito e da FOIÇADA. (Não por acaso, o personagem principal MATA A MORTE e rouba-lhe a foice logo no começo)


CORRE MALUCO

E o jogo vai nessa sempre. O Dante, personagem principal, como se pode especular, vai passando pelo inferno e matando (pois é) todo mundo que encontra pela frente. E, por algum motivo, ele ganha o poder de absolver ou condenar quem tá lá. Isso nunca fica muito claro, é tudo meio jogado, que nem no resto do jogo. O cara só vai colecionando almas pra poder ficar mais forte. A quantidade de almas que tu tem é o teu dinheiro pra comprar novos poderes. Ou seja, tu meio que fica mais poderoso por causa dos outros, o destino deles é o de menos. Sei lá.

peraí, esse é outro Inferno de Dante

Como deu de sacar, a VIBE do jogo não é das mais agradáveis, e nem tinha como ser. Mas isso é algo que me incomoda um pouco, um troço tão pesado e que se leva tão a sério assim. Tudo bem, é um jogo pra adultos, tem liberdade pra ser pesado. Mas que trate os jogadores como adultos, porra. Várias cutscenes aparentemente só existem pra mostrar peitinhos rolando e sangue jorrando. Qualé. O desenrolar da história e desenvolvimento do personagem são praticamente inexistentes: não tem como ser SÉRIO desse jeito.

por que um filme desses precisa de uma edição especial?

VEREDICTO: prefira o original (seja God Of War ou A Divina Comédia). Mas se tu não se importar com esse papo, até pode se divertir, no fim das contas. Mesmo que o jogo seja um tanto repetitivo, sem carisma e tenha momentos meio Olimpíadas do Faustão.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Descarrego de sexta



KICK OUT THE JAMS, MOTHERFUCKERS! Acima, MC5 ao vivo numa universidade em Detroit.

Se preferirem, ao vivo no Beat Club:



Ou ainda, se preferirem, a versão do Rage Against The Machine:



Ou ainda, se preferirem, a versão do Monster Magnet:



"Gostaria de apresentar dois integrantes do grande Mudhoney":



E ainda tem, se preferirem, a versão do Presidents of the USA:

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Eles são muitos mas não podem voar"



Cena final de Saramandaia, novela de 1976 do legendário Dias Gomes.

É de uma tosquice óbvia pros dias de hoje, mas é tudo bem arranjado, a forma como eles tentam esconder os problemas técnicos. É MAMBEMBE, mas é ROOTS. Fora que, ao que me consta, não se faz mais novela com esse nível de FODA-SE (também conhecido como realismo fantástico), com a coragem pra peitar os grandes padrões da sociedade. E o fator ditadura é sempre importante na TV dos anos 70, ainda mais nas novelas do Dias Gomes. Mas isso é pseudo-nostalgia barata - eu nem vivi os anos 70 pra dizer como eram as coisas.

Teve uma novela dos anos 2000 em que o prefeito da cidadezinha ficava com a pele azul ou verde, ou algo assim, mas nada que se compare à poesia de cenas como essa de Saramandaia. Fora outros momentos já clássicos, como a mulher que explode de tanto comer, Ary Fontoura virando lobisomem, o cara que solta formigas pelo nariz... Fellini feelings total.

O jeito é ficar no aguardo por outra novela da Globo que se passe perto de Serro Azul.

sábado, 16 de outubro de 2010

Uma pergunta:

Se eu não gosto de um filme, a culpa é minha ou do filme?

Isso não se aplica só a filmes, mas a músicas, álbuns, séries, quadrinhos, etc.

Favor responder nos comentários, vamolá.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sweet Sweetback's Baadasssss Song

Esse "baadasssss" do nome do filme é de fato merecido. O personagem principal, o Sweetback do título, é um badass mesmo, cool pra caralho, cujo antagonista é O Homem. No original, The Man. O homem branco, cês tão ligados.

Como já foi escrito por aí, o filme é praticamente um manifesto revolucionário, é tipo o que o Godard faria se nascesse um norte-americano negro. E, como todo bom filme-manifesto, não desce fácil, apesar de ter um roteiro e um estilo que me soam engajantes mas se preocupando em entregar o mínimo de diversão pro espectador. (Em notas relacionadas, minha amada Fran não resistiu e caiu no sono depois de quinze minutos de filme)


Beetle, maluco que ajuda o Sweetback enquanto caga

Quero dizer: uma trama basicamente de ação, no qual o coitado do Sweetback corre, corre, corre, CORRE, faz sexo, depois corre, corre, corre e corre mais um pouco. Tem a polícia branca - todos mostrados como idiotas - tramando pra encontrar ele e, como eu falei, tem sexo. Em cenas devidamente não-simuladas, é bom frisar (o roteirista/diretor/produtor do filme, que também faz o papel de Sweetback, inclusive pegou gonorreia durante as filmagens). Sweetback é um PEGADOR, como a gente descobre em uma das primeiras cenas do filme. Isso deve ter influenciado os outros filmes de blaxpoitation que viriam depois.

A FITA tem uma edição INSANA, por assim dizer, cheia dos efeitos de pós-produção, efeitos visuais que podem significar o estado mental do personagem, numa vibe psicodélica-funk que só vai ficando mais intensa à medida que o filme passa. Mais intensa também vai ficando a participação da comunidade negra na perseguição do Sweetback, algo que é seminal dentro do filme. Esse sentimento de irmandade atrapalha o Homem e torna todos esses personagens importantes, como se eles fossem extensões do próprio Sweetback, vide as cenas no final em que o personagem meio que "conversa" com outras pessoas.



É bom frisar que em 2003 o filho do diretor do filme, Melvin Van Peebles, o Mario, fez um filme sobre a produção do SSBS, chamado Baadasssss!, tendo ele mesmo interpretando o pai. E tem até o Rainn Wilson, também conhecido com o o Dwight do The Office. Tá na lista pra ver.

ta olhano o q
palhaço

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Descarrego de sexta



Jamaica - Short And Entertaining, que vai rolar de certeza no meu set na Damage amanhã!

Me acusam de DJ

Não tinha ninguém pra discotecar na Damage de amanhã, então chamaram eu mesmo:



Parece que faltou um "E" ali no que eu vou tocar, mas tá valendo. Bora?

Ai meu Deus, o Restart

Sério, gente. Não, sério mesmo. Olha pra mim. Isso. Sério. Agora: tu se incomoda MESMO com um bando de menininhas de treze anos babando pelo Restart?


-hihihihihi

Tu realmente acha que eles são "O FIM DA ESCALA (D)EVOLUTIVA MUSICAL"? "AI MEU DEUS, RESTART GANHOU O VMB, 2012 TÁ CHEGANDO MAIS CEDO"? "PUTA MERDA, HEIN"?

Pra começar, gente da tua idade não deveria estar se preocupando com o Restart. Ele não é pro teu bico, nem pro meu. Mas meu ponto é outro, é aquela gente que reclama do Restart pra além da música, que fala das roupas e da "homossexualidade" dos caras.

Voltem lá pra cima e olhem praquela foto. "AI MEU DEUS, SÃO TUDO UMAS BICHA", tu pode me dizer. Voltemos alguns anos no passado, então, já que o rock era supostamente tão melhor lá nos anos 80.


Senhores, lhes apresento o Poison. Eu poderia parar por aqui, mas vamos pros anos 70:


É, é o David Bowie. Vocês sabem onde eu quero chegar. Nos anos 60, lembra de quem era acusado de ser gay por causa do cabelo e tal?


Sim. E nos anos 50, tinha gente que reclamava do rebolado desse:


Vocês sacaram, mas enfim: essa androginia toda faz parte do imaginário do rock, minha gente. Já deveria ser sabido. Óbvio que ninguém é obrigado a gostar do Restart agora por causa disso. Eu mesmo vou continuar sem me importar com eles. Mas peraí, né. Sério, gente. Sério.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Freeze Frame: TRON



Via Ffffound.

Freeze Frame = as imagens mais legais do cinema.

The Black Angels - Phosphene Dream



Psicodelia e várias referências aos anos 60, uma barulheira aqui e ali, bem colocadas, e uma aura indie clássica, por assim dizer. Bem interessante o álbum dos caras. Tem um certo aspecto dark meio Nick Cave, uma pegada meio Yo La Tengo às vezes, uma voz a la Jim Morrison na maior parte do tempo.



Eu sei que esse post ficou meio NAMEDROPPING, mas é pra facilitar a identificação do som. Ou algo por aí.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Me bate uma tristeza...

... quando eu ouço essa música:



Deve ser algum tipo de nostalgia por algo que eu não gosto.

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus

(AÊ: possíveis spoilers à frente. Caso vossa senhoria não tenha assistido à FITA, favor voltar depois de fazê-lo. Ou, se não se importar em ter alguma surpresa estragada, vá em frente. A vida é tua. Mas não diga que eu não avisei. Eu avisei. Não venha reclamar.)

Como o Terry Gilliam diz num dos extras do DVD, o filme é um tipo de grande reunião de tudo que ele mesmo já fez antes. Quem sou eu pra discordar, né?

De fato tem muita coisa ali que parece ser um tipo de referência muito particular ao estilo dele. Tem uma Londres suja e cheia de babacas que lembra Brazil ou mesmo Os 12 Macacos, tem planos que parecem ter sido feitos com a câmera na mão e usando uma clássica lente grande angular do Gilliam e poderiam muito bem ter saído de algum filme do Monty Python ou de Medo e Delírio e, mais do que nunca, a importância das histórias e da imaginação, vide Barão de Münchausen (aposto que esse trema tá errado) e Irmãos Grimm - além de, presume-se, aquele filme inacabado dele sobre o Dom Quixote.

Não é por acaso que o espaço da carruagem deles onde rolam as apresentações é em "widescreen".

Aqui o tema é tão importante que o Doutor Parnassus em questão aparece, em uma cena, num templo onde vários monges contam histórias pra SUSTENTAR O UNIVERSO. E, aparentemente, pro filme, as histórias mais fortes que existem são as histórias de redenção, como a do Dr. Parnassus, do Tony e, em certa medida, do Tony também. São histórias de grandes mudanças também. Afinal, como reza a CARTILHA DO BOM ROTEIRO, toda história é sobre mudança.

Fora que é muito legal ver o Terry Gilliam se divertindo nas cenas do mundo dentro do espelho, onde tudo é computação gráfica e muitas vezes as coisas ficam mais cartunísticas do que nunca na filmografia dele (as animações do Monty Python não contam).

- vem cá meu anãozinho, como é que faz com a mãozinha? Ooohhhhnnn

Ah, sim: tem um anão no filme, o cara que fez o Mini-Mim nos filmes do Austin Powers. Um anão, cara. Me diz um filme que tenha anão e que seja completamente descartável.

Por essas e outras o filme merece o consagrado DEDÃO BOTTINI DE QUALIDADE!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Second Coming/Descarrego de sexta

Não sei quanto a vocês, mas eu acho que o Stone Roses não teria a importância que tem se não fosse pelo segundo álbum deles, esse aí que dá nome a esse post.

O primeiro álbum pode ser o fodaço, o clássico, com coisas como essa:


Mas o grande TCHUNS do segundo álbum é a mistura mais óbvia do rock inglês com uma batida mais propriamente dançante, a la Ibiza mesmo. Em outros casos, tá mais pruma simplicidade pop de fato:



Aproveito o post pra estrear a tag "descarrego de sexta". Sexta-feira é dia de sair e fazer a sessão do descarrego, não é? Depois da semana toda de trabalho, aula, novela das oito e etc, é hora de soltar as amarras da sociedade capitalista e desumana (cof cof). Então (quase) toda sexta vai ser dia de rolar algo mais dançante e entrar na VIBE do fim de semana. Comecemos com Begging You, do Second Coming, então:

Shabuya



Peguei essa cena passando uma vez no Intercine. Desde então, nunca mais. Agora confirmo que é de um filme chamado Get on the Bus, do Spike Lee.

(Shabuya)